quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Delirando

Faz algum tempo passei a trocar ideias com outros autores de contos (também, já vou para meu sétimo publicado!), mas um em especial tem sido um grande parceiro e tem me influenciado a investir mais no meu trabalho. Ele insistiu para que eu tentasse uma vaga na sua próxima antologia, A Bíblia dos Pecadores, e agora que já enviei minha contribuição (e estou esperando o resultado), ele me repassou o link do blog dele para dar uma olhadinha.
De Lírios, que foi a razão do título desta postagem (claro, dãh!), é um prato cheio para quem gosta de textos bem emocionados e poesia pura. Apesar do Isidro ser português raiz, o que ele escreve é facilmente perceptível por nós, tupiniquins. Sugiro avidamente uma passagem pelo seu blog para apreciar os escritos e quem sabe conhecer outros trabalhos que ele participou.
E mais uma vez inspirado, cá estou trazendo duas poesias sem nome que espero que gostem.

Vou te contar um segredo, preste atenção
Se olhar pra dentro da minha cabeça
Encontrará um mundo escondido da solidão
Onde nós dançamos e cantamos e não há fim
Para a festa que todos fazem para mim
Porque sou um herói de aventuras infinitas
Pode me passar uma xícara de chá?
Tenho muitas histórias para contar
Sobre mim, sobre você, sobre a gente
Coisas que venho guardando dentro da mente
E que tinha vergonha de dizer em voz alta
Mas nessa brincadeira insensata
Parecem tão fáceis de falar
Pois neste meu mundinho particular
Não tem quem me diga que estou errado
Mesmo que seus sorrisos sejam falsos
Seus olhos feitos de botões alinhavados
E suas almas quebra-cabeças do meu coração furado
Pois dentro da minha cabeça
Está meu mundo perfeito

Há uma válvula na minha cabeça
Que abre cada vez que penso
As mentiras que insisto em contar
Escapam pelos meus olhos
Caindo no vento, sem rumo
Até algum ouvido encontrar
Se tornam pó de estrela no fundo do céu
Da minha mente poluída semi-destruída
Pra escorrer da minha boca
Enchendo de veneno minha vida
Que foge pela borda do meu autocontrole
Já não sei mais pra onde vou
Nem sei se realmente vou
Estou perdido no labirinto dos meus sentimentos
Como se não tivesse mais destino
Seguindo por uma linha torta que nem tracei
Mas que como autoestrada
Me leva em alta velocidade alucinada
Em direção ao meu norte desconjuntado
Onde vou encontrar meu coração quebrado
Esperando que eu feche essa válvula
Que eu nunca pensei que iria abrir