segunda-feira, 22 de julho de 2013

Gosto de Infância

Foi a Ann que me surgiu com essa frase e eu adoro como ela realmente soa bem, lembra daquele achocolatado vendo Jetsons ou da pipoca no cinema enquanto via Toy Story. Ok, talvez não fosse exatamente falando da comida, mas de ter em mãos ou rever alguma coisa que fez parte da nossa infância, uma lembrança gostosa e divertida. Então é por isso que trago aqui hoje uma pequena resenha de Laços, minha mais recente aquisição pra minha biblioteca de histórias em quadrinhos especiais. O que vocês vão ler é a empolgação de uma criança que de repente pode reassistir seu filme favorito. Embarquem comigo nesse feeling.
 
Laços
Desde o dia em que conheci o Puny Parker, em uma página que já não lembro mais, eu fiquei com inveja do dom de Vítor Cafaggi em desenhar histórias suaves, com personagens profundos e dilemas instigantes. Acompanhei todo o percurso até nosso herói da vizinhança mirim terminar sua saga, e segui pelas atrapalhadas do cachorrinho Valente, que parece não dar uma dentro. Eu realmente passei a admirar este autor e quando vi suas páginas com o Chico Bento no primeiro especial de 50 anos da MSP eu só pude pensar em quando esse gênio poderia publicar algo do tipo em um título próprio. Essa espera acabou com Laços.

Devo dizer, eu já conhecia Vítor, mas também me surpreendi com sua irmã, Lu, que entrega uma historieta, uma lembrança do primeiro encontro entre Cebolinha e Floquinho, de encher aos olhos. Laços é aquilo que eu estava esperando e mais um pouco. Na primeira vez em que bati os olhos no anúncio, logo após Magnetar, com o personagem Astronauta, se tornar um sucesso, o primeiro do selo novo da MSP, eu já esperava uma aventura oitentista, ao estilo Goonies, que me divertiu muito quando criança e ainda me empolga hoje. O que recebi foi mais ou menos isso, e muito bom.
Como não se encantar com essa fofura?

Não se enganem, Laços é realmente uma história da Turma da Mônica, com o quarteto que se tornou tão famoso a ponto de ser publicado em inglês e em espanhol e que gerou milhares e milhares de produtos, de brinquedos a filmes para o cinema. Mas ainda assim, a marca dos Cafaggi brilha em cada quadrinho, em cada balão. A trama é simples, como devem ser as histórias para crianças que também divertem aos adultos. Após mais um plano infalível fracassar miseravelmente, Cebolinha descobre que seu cãozinho fugiu, e se reúne à Mônica, Cascão e Magali para resgatá-lo, acabando por se meter em encrenca das grandes.

Tanto o traço quanto as falas e também os easter eggs espalhados pelos quadros, como os brinquedos do Careca, conseguem encantar, nos brindando com diálogos excepcionais e tiradas de fazer gargalhar do Cascão. Aliás, cada um dos quatro personagens parece elevado à infinitésima potência, se tornando tão diferente das versões gibis quanto parecido com a essência do que eles são. Cebolinha não é só o moleque levado dos filminhos que assistia quando criança ou dos gibis que devorei e devoro até hoje, mas também o gênio no qual os outros confiam, com a capacidade de liderança que precisa para tirá-los da enrascada. Já Mônica é tão delicada quanto forte, e mesmo em seus momentos de explosão, dá pra ver a meiguice da menina que não consegue controlar seu temperamento, mas adora seus amigos e faria tudo por eles. Cascão é o sujinho matreiro com espírito de porco que faz piada quando não deve e por isso mesmo é tão engraçado e camarada, sempre ao lado do amigo de cinco fios. E Magali, bem, ela é talvez a personagem que mais me apaixonei nessa história, já que não é preciso que ela diga muito, sempre sabendo o que fazer para ajudar a melhor amiga e quando ou onde deve se meter, e comendo de forma extraordinária.
Os outros personagens são também cativantes, cada um com características especiais, principalmente o “pai” da Mônica em participação especial e mais do que merecida. O trato dado ao encadernado foi formidável, com capa dura e páginas lindas, feitas com material muito resistente, o que me surpreendeu pelo valor cobrado, de 29 dilmas. Foi o suficiente para que eu saísse da banca com a revista em quadrinhos nas mãos, feliz da vida pela aquisição. Eu sugiro que façam o mesmo, não irão se arrepender.

2 comentários:

  1. Quase correu uma gota de suor masculino lendo essa resenha e lembrando das histórias de infância...

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